segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sigam o coelho branco...

Por Doug Litaldi* - Originalmente publicado em http://ofantasticomundododoug.blogspot.com/


A minha turma na Fascs, turma 50, entrou num processo de contagem regressiva! Estamos correndo contra o tempo.

Parece que o teste foi esses dias, muitas pessoas lotando o teatro e fazendo suas cenas, com a maior insegurança de uma pessoa que nunca falou para tantas outras ouvirem (no meu caso).

Depois disso vieram a matrícula e o incio do primeiro período. Eramos muito mais de 20 pessoas formando uma nova turma na escola. Logo no primeiro dia já não aparecem alguns alunos, muitos outros nos abandonaram no percurso desse primeiro semestre! Teve o Diego que saiu porque não tinha estacionamento na escola, a Clara que saiu por causa do emprego, a Julia que preferiu voltar para sua outra escola, o Éder que teve problemas de saúde, a Joelma Xavier que decidiu seguir um outro caminho e muitos outros. Chegamos ao fim do semestre com 14 alunos, porém a Juliana e o Ian reprovaram e a Yara decidiu trancar a matricula por motivos pessoais!

Assim chegamos aos 11 alunos! 11 pessoas que apesar dos diversos problemas que a turma enfrentou e as perdas que sofremos, se uniram para preparar um trabalho que esperamos que esteja a altura de tudo o que passamos nesse nosso primeiro semestre!

No começo do ano fomos recebidos por um Galope preparado pela Turma 49 que brincava com o nome da nossa turma (Turma 50) como uma entrega de um prêmio de ouro. Vimos essa mesma turma apresentar um trabalho maravilhoso (A Última Flor) baseado nas obras de Tenesse Willians, "Um bonde chamado desejo" e "Quarto escuro". Não sei se o encatamento foi ainda maior por ter escolhido ler "Um bonde.." para a matéria de História do Teatro e ter me encantado com a peça. Mas vimos um ritmo acelerado em cena, e uma síntese interessante da trama, que envolveu-me e deixou um gosto de quero mais, achei que a peça foi tão rápida, ficaria ali horas vendo o trabalho deles!

Enquanto isso, a Turma 48 apresentou um trabalho com uma proposta interessante, seu exercício em dois locais diferentes, com duas energias diferentes mas com uma mesma qualidade. "Bailei no Auto" me surpreendeu pois tinha imagem daquela turma ainda como os personagens de "Recortes", exercício apresentado por eles no semestre anterior, e nos mostraram um trabalho convincente cada vez que entravam em cena em personagens diferentes.

Uma semana depois desses exercícios assisti o exercício da turma 47! Um exercício com o nome "Maçã", onde a bilheteria era uma Kombi cheia de fotos de pessoas e a sala estava numa disposição totalmente diferente. Confesso que não sou fã desse estilo e teatro e fiquei um pouco incomodado com algumas coisas, mas acho que a proposta do exercício era a reflexão, e com o passar do tempo refleti aos poucos sobre tudo o que vi e passei a ter cada vez uma interpretação diferente das coisas apresentadas e isso tornou a experiência interessante. Assim como a turma 48, pude ver uma interpretação completamente diferente dos atores que conhecia de exercícos anteriores, "Suassuna só assina" e "Peões em cena - Forja coletivo".

Nesse mesmo período tive a chance de fazer técnica para o pessoal da Turma 46. Mesmo sem experiência alguma eles confiaram em mim e me ensinaram como trabalhar na mesa de iluminação, aprendi muita coisa com eles. Infelizmente nunca consegui ver um exercício deles pois sempre surgia algum problema no dia de ir á FASCS! O primeiro exercício que assisti foi o desse semestre, "O último carro", e me encantei com a turma! Ainda hoje canto as músicas do exercício! Não vejo a hora de apresentarem sua formatura.

A turma 45 não se apresentou no fim desse semestre pois estão preparando sua formatura no próximo semestre. Porém se apresentaram no começo no ano no TUSP, com o exercício "Não! A trajetória de um homem que só sabia dizer sim". Já havia assistido esse exercício no fim de 2010, mas foi interessante ver um mesmo exercíco sendo apresentado num espaço físico totalmente diferente! Mas o trabalho que me marcou dessa turma ainda foi "O buraco"! Acho que por ter lido os livros de Lewis Carrol sobre Alice tentava buscar nas personagens referência mais com a literatura do que com o universo Disney! E acredito que tenha sido essa a proposta da turma.

Outro exercício que assisti no começo do semestre foi "Arritmia", fomatura da Turma 44.
A proposta de dividir um espetáculo em dois dias foi fantástica e o exercício foi preparado para deixar o público inquieto com o corte. Sai do primeiro dia contando as horas para a sessão do dia seguinte! Precisava assistir como tudo aquilo terminaria!

Além desses exercícios, já assiti muitos outros na Fascs: "Teatragem" (um dos primeiros posts desse blog), "O que não disseram", "Assim que passarem-se 5 anos", "Vem buscar-me que ainda sou teu"...

Depois de tudo isso, sinto um nó cada vez maior no estômago. Esta chegando a hora da turma 50 mostrar sua cara na Fascs e o primeiro passo é o Galope que estamos preparando para recepcionar a turma 51! Depois nosso primeiro exercício, que deverá ser montado esse semestre (mais curto como sempre são os segundos semestres do ano). Assim começamos nossa corrida contra o tempo!

*Doug Litaldi é aluno do curso profissionalizante de Teatro da Fundação das Artes e integra a turma 50. Quer ver seu texto aqui? Mande para teatrofascs@gmail.com.

domingo, 24 de julho de 2011

dica de blog, Cena de Teatro, peças, oficinas e afins

O Rodrigo Sampaio, um dos autores do Teatro é, tem um outro blog, o Atormentado, em que conta suas experiências com teatro.
Na semana passada, terminou o Cena de Teatro, festival realizado pela Escola de Teatro da Fundação das Artes. Não por menos, o Rodrigo escreveu sobre algumas atividades que participou. Confiram!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Apresentações dos núcleos de prática teatral

Em formato de aulas-demonstração, os Núcleos de Prática convidam a todos para compartilhar os processos e procedimentos experienciados durante o semestre.

Peripécias Patéticas
Dia 22 de julho, às 20h (40 minutos)
Sala 25
Indicação - 12 anos
Apresentação de uma pequena esquete para a discussão do processo e a reflexão da importância (ou não) da arte cômica.

Orientação: Pedro Alcântara
Elenco: Marcelo Guedes, Paula Braggion, Marcella Silveira e Rosane Gabbana.

Construção de Personagem
Dia 23 de julho, às 14h (180 minutos)
Sala 25
Indicação - 16 anos
Após a demonstração dos exercícios, os integrantes conversam com o público a respeito do processo de criação dos personagens.

Orientação: Célia Luca
Elenco: Anderson Galvão, Andrews Lira, Danielle Spina, Erica Arnaldo, Fátima Alencar, Nathalia Girao, Nathaly Léo, Roberto Kroupa e Solange Félix.


Ser herói - Potencialidades Corporais
Dia 23 de julho, às 18h
Sala 25
Indicação - 16 anos

Diálogo-demonstração sobre as experiências vivenciadas pelo grupo.
Orientação: Lídia Zózima
Elenco:  Ariel Correia, Arthur Martinez, Felipe Menezes, Noara Leite, Marcelo Magalhães e Thalita Marangon.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Meu primeiro estágio na Fundação

Por Joelma Schmidt

Há alguns dias atrás, fui convidada pela Suelen Almeida para fazer técnica no exercício cênico da turma 47, "Maçã". Como as provas estavam terminando aceitei, no dia da estréia cheguei três horas antes para receber as instruções, já estavam na metade do último ensaio geral, aquele corre de sempre e ainda faltava apertar vários parafusos...

Quando me entregaram o roteiro, confesso que bateu uma insegurança, pois eu daria suporte para a Érica Arnaldo na bilheteria, tarefa não muito simples, pois como o processo tratava da busca pela identidade, a retirada dos ingressos era feito dentro de uma Kombi antiga, onde, ao som de Edith Piaf, o público passava por um processo de identificação recebendo um novo RG.

A segunda tarefa era apoio no corredor, avisar a Lu quando deveria entrar, apagar o refletor quando Marcelo atravessasse a porta, recolher as roupas da Lu que seriam jogadas no corredor, ajudar aThalita a soltar a fita do cabelo passar a mesma no encosto da cadeira que ela usaria, dar um laço, quando uma escada saísse eu deveria cortar o elástico, varrer os cacos dos pratos que em determinado momento seriam quebrados no corredor (o barulho dos cacos sendo recolhido fazia parte da cena), descer um lance de escada acender o refletor da Thalita, subir, ascender o refletor do corredor e por último aparecer na porta e dizer: Boa noite meu nome é Joelma Schmidt sou atriz, mãe e gosto de varrer pratos (o varrer pratos fica por conta da minha ‘criativides’).

Foi paulera! Mas estou muito feliz! Fui muito bem recebida, conhecia apenas duas pessoas da turma, identifiquei-me tanto com o processo que me senti parte dele. Espero ter sido útil.

E você? Qual a sua utilidade?

Muito obrigada à Melissa Aguiar e turma 47



Joelma Schmidt é aluna do curso profissionalizante de Teatro da Fundação das Artes e integra a turma 50. Quer ver seu texto aqui? Mande para teatrofascs@gmail.com.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Crueldade

Por Danielle Spina

O homem nunca pode parar de sonhar. O sonho é o alimento da alma...

Muitas vezes, em nossa existência, vemos nossos sonhos desfeitos e nossos desejos frustados, mas é preciso continuar sonhando, senão nossa alma morre...

O bom combate é aquele que é travado em nome dos nossos sonhos. Quando eles explodem em nós é com todo vigor - na juventude - nós temos muita coragem, mas ainda não aprendemos a lutar. Depois de muito esforço terminamos aprendendo a lutar, e então, já não temos a mesma coragem para combater.

Por causa disso, nos voltamos contra nós mesmos, e passamos a ser nosso pior inimigo. Dizemos que nossos sonhos eram infantis, difíceis de realizar ou fruto de nosso desconhecimento das realidades da vida.Matamos nossos sonhos porque temos medo de combater o bom combate.

O primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas que nada faziam, estavam sempre cansadas, não davam conta do pouco trabalho que deveria realizar, e se queixam constantemente que o dia é curto demais

O segundo sintoma da morte de nossos sonhos são nossas certezas, porque não queremos olhar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a nos julgar sábios, justos e corretos no pouco tempo de nossa existência.

E finalmente, o terceiro sintoma da morte de nossos sonhos é a PAZ. A vida passa a ser uma tarde de domingo, sem nos perder em grandes coisas e sem exigir mais do que queremos dar. Achamos que estamos maduros, deixamos de lado as fantasias da infância e conseguimos realização pessoal e profissional.

Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz, temos um pequeno período de tranquilidade.

Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e infestar todo o ambiente em que vivemos, começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos cercam e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e as psicoses . O queríamos evitar no combate - a decepção e a derrota - passa a ser o único legado de nossa covardia.

E um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, a morte que nos liberte de nossas certezas, de nossas ocupações e principalmente daquela terrível paz da tarde de domingo.


Danielle Spina é aluna do curso profissionalizante de Teatro da Fundação das Artes e integra a turma 46. Quer ver seu texto aqui? Mande para teatrofascs@gmail.com.