Sobre a Escola de Teatro


A História

Em meio ao tenso momento político vivido pelo Brasil, após o golpe
militar de 1964, nasceu, em 25 de abril de 1968, a Fundação das Artes de
São Caetano do Sul. O prefeito do município convidou uma das principais
lideranças locais do teatro amador, Milton Andrade, para idealizar o projeto de
um pólo cultural do Grande ABC. Criada a Fundação das Artes, Andrade foi
nomeado seu primeiro Diretor Geral, cargo que ocupou por 14 anos.

Em junho do mesmo ano em que se instituiu a Fundação foi implantado,
entre outros, o curso de Teatro. O Diretor Geral empenha-se na contratação
de professores de renome. José Armando Pereira da Silva foi nosso primeiro
coordenador e os professores eram Lineu Dias, Antonio Petrin, Dilma de Melo,
Jefferson Del Rios, Silnei Siqueira e Timochenco Wehbi. A estrutura acadêmica
do curso livre de teatro tinha as disciplinas de expressão corporal, expressão
vocal, interpretação, estética teatral e história do teatro. E os primeiros alunos
foram: Cláudio Bastos, Plínio Pinto Teixeira, Antonio Carlos Mazer, Heitor
Capuzzo Filho, Belmiro Arruda Neto, Sergio Medeiros Silva, Elizabet Peres,
Márci Queiroz, Neide Nogueira Calegari, Loretta Vezzá, que produziram e
formaram o elenco da primeira montagem da Escola de Teatro da FASCS:
Somos todos do Jardim da Infância, de Domingos de Oliveira, direção de
Antonio Petrin.

Em 1973 um dos maiores nomes do teatro no Brasil, Eugênio Kusnet,
passa também a integrar o corpo docente, onde permanece até falecer em
agosto de 1975. Foi na FASCS que ele escreveu sua obra de maior expressão:
Ator e Método. Kusnet trazia cada capítulo de sua obra para a classe ler e
comentar, a fim de garantir a clareza e entendimento sobre as técnicas teatrais
descritas.

Seu falecimento, aliado à crise financeira da Fundação como um todo,
contribuíram para a paralisação da Escola de Teatro no segundo semestre
de 1976, com as atividades sendo retomadas em 1977, com a reestruturação
do curso de teatro. Entre os anos de 1978 a 1981, Ulysses (substituindo,
temporariamente, Andrade na Direção Geral), produz diversos espetáculos de
grande repercussão pública, como: O Cágado e a Fruta, de Pernambuco de
Oliveira; Lola Moreno, de Bráulio Pedroso, Geraldo Carneiro e John Neschiling;
e O Coronel dos Coronéis, de Maurício Segall.

Em 1983 Milton Andrade é substituído pelo músico Roberto Manzo.
Imediatamente, é convidado o professor da Escola de Arte Dramática da USP,
Amilton Monteiro, para coordenar a Escola de Teatro. A nova equipe conta com
os talentos de Sônia Azevedo, Luiz Carlos Moreira, Eudózia Acuña Quinteiro,
Alexandre Dressler e Alexandre Matte.

Teatro Profissional
Em sua primeira fase (1986-2000), o curso profissionalizante de
teatro da FASCS foi estruturado em quatro semestres, incluindo aulas
de Interpretação, Improvisação, Expressão Corporal, Expressão Vocal,
Maquiagem, História do Teatro, Estética Teatral, Montagem, Teatro Brasileiro e
Organização e Normas.

A partir de 1998, ao completar três décadas, a FASCS orienta-se pelas
diretrizes do projeto Os próximos trinta anos, passando por diversas inovações
em termos de estrutura, planejamento e coordenação de projetos culturais.

Foi segundo esse projeto que decidiu-se pela ampliação da grade
curricular do curso para sete semestres (implantada a partir de 2000), visando
preparar melhor o aluno por meio de novas disciplinas, tais como: Integração,
Relação Interpessoal, Artes Visuais, Canto, Metodologia e Produção. A nova
configuração incluiu o Trabalho de Pesquisa Teatral (TPT), logo acrescido
de Núcleos de Pesquisa. Nosso festival anual, Cena de Teatro; as grandes
Mostras de Teatro, semestrais; o Julho Cultural, amplo leque de oficinas e
atividades extra-curriculares; as atividades de desenvolvimento sociocultural
aqui gestadas e nascidas em convênio com a APAP (Viva arte viva, Operação
de Riso) são decorrências naturais do melhor aproveitamento de talentos e
ideias, estimulados a assumir qualidade, proatividade, reflexão, intenso estudo
e responsabilidade social como ingredientes necessários à produção artística.

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