quinta-feira, 19 de maio de 2011

A primeira temporada: Ópera do Malandro

Você sabia que nem sempre as turmas que se formavam na Fundação das Artes ficavam em temporada? Essa prática só começou a ser adotada em 1997, com a consagrada Ópera do Malandro dirigida por Seme Lufti que ficou em cartaz de  19/06 a 20/07 com apresentações de quinta a domingo. 

O Sérgio Azevedo, atuava no espetáculo como o Malandro e hoje, 14 anos depois, é ele quem assina a direção do espetáculo de formatura que está em cartaz.

 Programa da Peça e Ficha Técnica:

A nata da malandragem
Seme Lutfi

Para um autor, atuar num musical significa possuir considerável aptidão para o canto e
a dança, adquirida a custo de muito treino por às vezes anos a fio.

Para um diretor, um musical é um dos meios mais plenos da expressão cênica, já que
música, teatro, luz e movimento interligados constituem os elementos fundamentais
da estrutura do teatro total.

Nos Estados Unidos, tal gênero encontra-se absolutamente estranhado na cultura
teatral, tendo sido lá produzidos magníficos exemplos de renome mundial. Entre nós,
o musical ainda luta por construir uma forma cênica com identidade própria.

Chico Buarque de Hollanda, em feliz momento de espontaneidade dramatúrgica, afora
sua consagrada verve de compositor maior, oferece-nos esta “Ópera...” (dentre outros
exemplos similares de sua lavra) e proclama de fato uma forma de musical brasileiro
tão orgânica quanto foi a REVISTA (alô alô Arthur Azevedo!), bem como o modelo de
musical político proposto em outro tempo (tempo de guerra) pelo Teatro de Arena
de São Paulo. Tenho pra mim que a ópera brasileira tem seu futuro na substância
primordial do nosso diversificado ambiente musical, e principalmente do carnaval,
tornado teatro, desde há algum tempo, no sambódromos, com coro (povo), corifeu
(puxador de samba) e enredo. A Ópera Chinesa, bem como outras formas tradicionais
de teatro oriental, não surgiu de similares rituais populares e festivos?

Infelizmente, entraves técnicos e financeiros fazem do musical rara empreitada,
mormente neste país de endêmica falta de vontade para tudo o que se refira à arte e à
cultura. Imagine-se então o grau de audácia e sadia loucura que tivemos de nos prover
para encarar a luta que é por em pé a “Ópera do Malandro”. Tão temerário desafio,
para desabrochar e vencer, com os benfazejos ventos de renovação que ora sopram
da Funadarte, no sentido de fazer dela uma escola digna de nota, muito para além dos
municipais limites de sua localização.

Elenco

Produtor/Duran: Edinho Rodrigues
João Gay: André Acioli
Vitória: Vicki Araujo
Fichinha: Carolina Sasso
Geni: Ricardo Moratto
Teresinha: Patrícia Crispim
Max: Sergio Azevedo
Barrabás: Emiliano Bechelani
Johnny Walker: André Acioli
Phillip Morris: Claudio Ferreira
Big Ben: João Mattos
General Eletric: Dida Homero
Chaves: Reginaldo Ferreira
O juiz: Paulo Delmondes
Dorinha Tubão: Flavia Rangel
Mimi Bibelô: Mylene Villegas
Dóris Pelanca: Simone Damasceno
Jussara Pé-de-anjo: Débora Romero
Lúcia: Rosângela Barbalacco

Ficha Técnica

Direção Geral: Seme Lutfi
Direção Musical: Zebba Dal Farra
Assistência de Direção: Sergio Azevedo, Mylene Villegas, Rosângela Barbalacco
Assistência de Produção: Edinho Rodrigues
Cenografia: Reginaldo Ferreira/ Ricardo Moratto
Iluminação: Sergio Azevedo/ Seme Lufti
Figurinos: André Acioli/ Débora Romero/ Patrícia Crispim/ Vicki Araujo
Coreografia: André Acioli/ Débora Romero/ Vicki Araujo/ Seme Lufti
Adereços: Patrícia Crispim
Programação Visual: Vicki Araujo/ Connect Comunicação/ DMA Publicidade
Divulgação: Carolina Sasso/ Edinho Rodrigues

Músicos

Percussão: Berenice Camargo
Piano: Andréia/ Júlio Cesar/ Daniel Volpin
Violino: Clauss Zangheri
Contrabaixo: Danilo Zangheri
Clarinete: Paula Maiellaro
Violão: Dida Homero
Coral: Vanessa Senatori, Karina Tonelli, Priscila Soares, Paula Souto, Carla Nóbrega,
Neide Nunes, Daniel Volpin, Danilo Zangheri, Clauss Zangheri, Ivan Ribolla, Esther de
Paula, Paula Maiellaro, Carol Cruz.

Um comentário:

  1. Saudosa turma e saudosa montagem!
    Tenho orgulho de ter sido "escolhido" pra fazer parte dessa turma "do barulho"!
    Sigamos em frente "fazendo arte, porque a vida por si só, não basta!"

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