Por Carolina Ferraresi
E qual a importância deste texto ainda hoje? Bem, durante nossos laboratórios, que realizamos durante o Semestre, e enquanto gravávamos os depoimentos e entrevistas nas estações, éramos levados a reconhecer os personagens daquele trem. A senhora que nos contou sobre sua vida, e a sofrida vida de sua filha enquanto dependia do transporte e acordava às cinco da manhã; o trabalhador que não tinha outra opção a não ser o trem; o grupo de jovens que usa o trem para ir para o trabalho, e aos finais de semana, para lazer; a mãe que utilizava o trem com seu filho; dentre outros, que eram exatamente o universo de que fala João das Neves.
No mês de junho, na fase final de nosso trabalho, tivemos de enfrentar mais um contratempo por conta do transporte público, e que nos levou de volta novamente ao “O Último Carro”: a greve que atingiu o ABC e a cidade de São Paulo, nos trens, metrôs e ônibus. A maioria de nossa turma depende desse serviço básico e todos foram afetados pela greve. Semanas mais tarde, um acidente entre um ônibus, que despencou de um viaduto em São Caetano do Sul, e colidiu com o trem que passava logo embaixo, novamente nos jogava na cara tudo aquilo de que fala o texto: estamos todos dentro de um trem, que descarrila em direção à morte.
Carolina Ferraresi é aluna do curso profissionalizante de Teatro da Fundação das Artes e integra a turma 46. Quer ver seu texto aqui? Mande para teatrofascs@gmail.com.
"O Último Carro" estréia neste final de semana e terá cinco apresentações. Confira as datas:
25/06 (sábado), às 20h30
26/06 (domingo), às 20h30
27/06 (segunda-feira), às 20h30
02/07 (sábado), às 20h30
03/07(domingo), às 20h30.
Ótimo texto. Estarei lá com certeza!
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ResponderExcluirNós, de teatro, precisamos definitivamente colocar a cara para fora da janela e ver a real paisagem que se estabelece lá fora e hoje. É necessário conhecer e reconhecer-se enquanto ser e cidadão. Imenso orgulho de participar desse processo em nossos encontros na aula de voz. MERDA!!!!
ResponderExcluirObrigada, gente!!! Celso, nós é que temos orgulho de termos você como professor!!! MERDA!!!!
ResponderExcluirJoão das Neves mais do que deixar sua marca nesse texto tão brilhantemente escrito, exprimiu com extrema sensibilidade e ousadia o que hoje tratamos, algumas vezes, com tom de banalidade: nos tornamos ainda mais iguais a medida em que nos esforçamos para sermos diferentes.
ResponderExcluirQue bom que a Turma 46 conseguiu captar a essência e vivenciar o que está além das aparências.
Muito sucesso nesse projeto, Ferraresi!