quinta-feira, 12 de abril de 2012

Bom dia. O Teatro está morto.

“Bom dia. O Teatro está morto” ou “Porque o Teatro sempre esteve e sempre estará em crise”

Por Carolina Ferraresi

            Teatro é efêmero. Músicas são eternas. Algum dia da vida de vocês, já escutaram que a Música está em crise? E, por Música, não digo o gênero em si, pois pretendo me afastar de gostos pessoais e daqueles que dizem que o que é bom já foi feito. Não estamos falando de qualidade. Sim, as gravadoras passaram por uma crise diante do “boom” da internet e do mp3. Mas ninguém deixou de ouvir suas músicas por causa disso, pelo contrário: hoje existem tantos meios de conseguir baixar um cd, dos mais antigos aos lançamentos, que até ficamos confusos e sem tempo de pesquisar tantas novidades. O acesso à música se expandiu e tornou-se mais “democrático”, ainda que por meio da pirataria pela Internet. Shows continuam lotando. Eu mesma, já fui, somente neste ano, a muito mais shows do que em peças de teatro. E o que pude concluir, comparando estas duas formas de Arte: há tempos o Teatro não me toca, tanto quanto a Música. Daquela voontade de querer morrer logo depois, pois morreria feliz.
            Respondendo à primeira questão. O teatro esteve, está, e sempre estarará em crise, porque ele depende de presença humana. Acontece uma vez, e aquela vez NUNCA se repetirá. A temporada pode se estender por meses, e uma apresentação nunca será igual à outra. Ele acontece, e em uma hora e meia, não é mais. Quando você viu, já foi. E talvez por isso mesmo seja tão apaixonante: nunca estamos satisfeitos, queremos mais, e melhor.
Uma música pode ficar no “repeat” até você enjoar. O Teatro, se quiser ver de novo, terá que sair da sua casa, enfrentar trânsito, fila, pagar ingresso, e ainda parecerá pouco.
Teatro me parece muito com o ato de se masturbar. Por mais que seja incrível, nunca satisfaz completamente. E deve ser por isso que eu ainda insisto. Para tentar chegar ao mínimo de satisfação. Quando eu a encontrar, posso morrer, porque estarei plena e terei encontrado a felicidade. Até lá, vivo, com muito trabalho, muito estudo, e a noção mais completa de que eu não sei de absolutamente nada. 

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